28.3.15

ABRIL E O SILÊNCIO

A primavera mostra-se  deserta.
A valeta, de um escuro aveludado,
rasteja ao meu lado
sem reflexos.

A única coisa que brilha
é o amarelo de flores.

Sou levado na minha sombra
como um violino
no seu estojo negro.

O que quero dizer
tremeluz fora do meu alcance
como prata
em montra de casa de penhores.

Tomas Tranströmer

50 Poemas, Tradução do sueco e nota introdutória de Alexandre Pastor, Relógio D'Água Editores, Lisboa, Julho de 2012

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