Basta, meu velho,
basta de ser
verbo-de-encher.
Estes diabos
são insolentes,
alçam os rabos,
mostram os dentes
e redesenham
novos pacotes,
novos embrulhos
excruciantes,
piores que Judas
Iscariotes.
Reviram itens,
pontos e vírgulas
e portarias,
lavram despachos
que nem Calígula
se atreveria.
Fazem das suas:
e grassa a fome,
a fome negra
que enche as ruas,
e tudo em nome
do que os cega.
Basta, meu velho.
Mas se duvidas,
como Tomé,
pega no dedo,
toca na ferida,
e vê o rombo
que tens, José.
© Domingos da Mota
Dava uma bela canção!
ResponderEliminar~CC~
CCF,
Eliminargrato pela visita e pelo comentário. Quanto à putativa "canção", se houver alguém que se disponha a musicar o poema, é uma questão de dizer, e de mostrar o seu trabalho.
Domingos,
EliminarGosto imenso da forma como a tua poesia satiriza a sociedade, com dedo certeiro e uma pitada de humor inteligente.
Beijo
Nanda
Cara Nanda,
EliminarGrato pela visita e pelo comentário.
Gostei muito do conteúdo, do ritmo que imprimiu às palavras.
ResponderEliminarJaime A.,
EliminarGrato pela visita e pela apreciação do sermão.