21.12.13

Soneto de Natal

       com que a vida resiste, e anda, e dura.

          Pedro Tamen


Não digo do Natal - mas da natura
de quem faz do poder um pesadelo
que aprofunda as sementes da amargura
através do garrote e do escalpelo;

não digo do Natal - mas da tortura
que macera as feridas com desvelo,
impassível à dor que já satura
os ombros causticados pelo gelo.

Dissesse do Natal - seria bom
que pudesse cantar, subir o tom
das loas e dos hinos e dos ritos,

se em vez duma esmola, tão-somente
renascesse o respeito pela gente
que povoa o Natal dos aflitos.

© Domingos da Mota


4 comentários:

  1. "...
    se em vez duma esmola, tão-somente
    renascesse o respeito pela gente
    que povoa o Natal dos aflitos."


    ... e cada vez mais o respeito é algo que se ignora por aqueles que o deveriam cumprir!

    Feliz Natal para si e quem o acompanha nesta roda da Vida.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Grato pela leitura e pela apreciação.
      Agradeço e retribuo os votos de um Feliz Natal, para si e para os seus.

      Eliminar
  2. Este poema foi escolhido para integrar os poemas de Natal do Poesia Portuguesa.
    Algum inconveniente o mesmo será de imediato retirado.
    Obrigada.
    Cumprimentos e um Feliz Natal.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não há nenhum inconveniente, antes pelo contrário. Sou eu quem agradece a divulgação.
      As melhores saudações poéticas - e natalícias!

      Eliminar