Morreu? Agora é Santo.
Todo o canalha merece pompas fúnebres
Mesmo quando do púlpito das administrações com que lhe presenteava a
Situação
Denegria o opositor.
Receberá agora o féretro a evocação sonora da bondade em virtuosos
versos pesarosos.
(As suas vítimas pagam com cinismo lacrimoso a desmesura da sua verve.)
Morreu? Agora é Santo.
Quanta cebola se gasta nessa desgraça?
Por ser o pior deles Vos dispenso de se fingirem crocodilos, carpideiras
dolorosas, como as que verti ao rir de tanto emplastro versejado que os
vates sonham que o morto leia.
Como se no assento etéreo aonde subiu não fosse só cinza e esperassem o
fantasma que em vida traíram por convicções ou por inveja.
Morreu? Agora é Santo.
José Emílio-Nelson
(com a devida autorização, colhido aqui)
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