um afago no teu pêlo,
roçagavas e miavas,
pedias colo e ao vê-lo
para o colo me saltavas
e ronronavas feliz;
outras vezes afiavas
as unhas, como quem diz,
nos dedos e mordiscavas
a ferida e a cicatriz;
muitas vezes vigiavas,
com o teu olhar agudo,
a varanda onde as aves
te provocavam, e tudo
com os seus voos rasantes,
instigantes, sobretudo.
Agora não mias mais,
ou se mias é no céu
dos gatos e dos pardais,
mas deixaste aqui um breu
cerrado cujo negrume
não há lume que ilumine,
por muito que outro gato
apareça e nos fascine.
© Domingos da Mota
(poema dedicado ao nosso gato que hoje entrou no ciclo do carbono)
bonito...!
ResponderEliminarQuis dedicar a tradução da sua “Elegia animal” à minha gata Papagena, que, nesta segunda-feira, nos deixou para sempre, depois de ter carinhosamente compartilhado 17 anos de vida conosco.
ResponderEliminarObrigada, Manuela.
Aqui o link:
http://www.poesias.omelhordaweb.com.br/pagina_textos_autor.php?cdPoesia=138208&cdEscritor=6281&rdBusca=&tbTxBusca=
Cara Manuela,
EliminarLamento a partida da sua gata Papagena. Obrigado pela tradução para italiano desta minha Elegia animal que, tendo sido dedicada a um gato que perdi há anos, bem pode servir de epitáfio para as gatas e gatos que resolvem subir (ou descer) até ao céu dos gatos.