responder, não sei como suportar esta réstia de sol
na minha cama, esta noite obstinada
no meu espírito, a sitiar-me o cansaço
de uma culpa insustentável, despovoada.
Não sei o que faço entre a vitória
e a derrota, desprovida de oblação e realidade,
enquanto nada temo e tudo me fere. Aqui se esgotam
as atribulações da bonança e não sei que tormenta
se seguirá. Ah, não fui profeta nesta terra
e as pequenas elegias que escrevi
foram as únicas conivências a que me permiti,
nesta greve de sangue, total e irrespondível.
Amadeu Baptista
As Sombras Nítidas, Edição RJV - Editores, Lda., Castelo Branco, Junho de 2025
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