13.11.20

RETRATO

Quando menino encompridava rios.
Andava devagar e escuro - meio formado em
silêncio.
Queria ser a voz em que uma pedra fale.
Paisagens vadiavam no seu olho.
Seus cantos eram cheios de nascentes.
Pregava-se nas coisas quanto aromas.

Manoel de Barros


Compêndio para Uso dos Pássaros, Poesia Reunida 1937-2004, edições Quasi , Junho de 2007

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