1.4.12

FOME

A fome não é um verso que tu digas
na aragem de desceres a madrugada.

É uma escassez de ombros que são vidros
partidos pelas mãos de quem os guarda.

É o imaginar-te ali, aqui tão perto,
e encontrar apenas a cerrada

névoa que é tangente ao som do nada.

João Rui de Sousa

OBSTINAÇÃO DO CORPO, Edição O MIRANTE - Jornal da Região do Ribatejo, Santarém, Outubro de 1966

Sem comentários:

Enviar um comentário