Ainda que aquela unha
arranhe a pedra de jaspe
não importa não é minha
mão me dói por isso o chispe
Por isso quem quiser asse-o
que eu vou andar de barco
e empregar assim o ócio
que vem comigo do berço
Vou à vela vem o vento
e eu grito viva o vício
e mesmo este ar eu minto
e dou-lhe o tom violáceo
Do jogo ninguém me livra
pois caio nele de borco
e palavra por palavra
assim alinho o meu verso
Ruy Belo
HOMEM DE PALAVRA(S), Publicações Dom Quixote, Lisboa, Janeiro de 1970
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