5.5.13

Penoso engano

Esmifram, roubam, sugam o tutano
daqueles que ora sendo reformados
deram muito de si, ano após ano,
e mesmo, para mal de seus pecados,
confiaram até (penoso engano)
em que jamais seriam esbulhados,
não iriam tão longe, com tal dano,
em nome de mandantes, paus-mandados.
Agora que os abutres sobrevoam
e aguçam as garras, sem descanso,
agora que os achaques não perdoam
e agravam a crueza do balanço,
agora que a vida mais se agasta,
não se podem calar, e gritam: basta!


© Domingos da Mota