Na noite cega via
só uma pedra;
no escuro, ínfima, estava:
era estátua, uma pedra;
sem dentro nem trajecto,
sem o longe de um vento,
sem um punho nem funda,
em conjugação de estrelas.
Como seria ela muro?
Na terra cor de terra,
sendo a noite de noite,
mergulhada em seu peso
era uma pedra pedra.
José Bento
UM SOSSEGADO SILÊNCIO, com uma aguarela de António Cruz, Edições ASA, Porto, Março de 2002
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