No inverno, a árvore
pede à neve:
- Agasalha-me!
Albano Martins
Com as Flores do Salgueiro, Edições Universidade Fernando Pessoa, Porto, 1995
30.12.19
28.12.19
[Oh anda ver]
Oh anda ver
uma bola de neve
a arder
Matsuo Bashô
O GOSTO SOLITÁRIO DO ORVALHO seguido de O CAMINHO ESTREITO, versões e introdução de Jorge Sousa Braga, Assírio & Alvim, Lisboa, Maio 2003
uma bola de neve
a arder
Matsuo Bashô
O GOSTO SOLITÁRIO DO ORVALHO seguido de O CAMINHO ESTREITO, versões e introdução de Jorge Sousa Braga, Assírio & Alvim, Lisboa, Maio 2003
26.12.19
SETE PANFLATOS e um provérbio colombiano
6.
Portanto para si acabou a missa do galo!
já lhe disse que estou farta
de discriminações,
e esta é uma discriminação de base;
não aceito, fim.
Compreendo.
claro que não compreende, os homens
não compreendem da missa a metade!
Quê, da missa do galo?
não é isso,
mas sabe qual é a discriminação
da missa do galo, sabe?
.....................................
pois, por que é que não é
da galinha, sabe?
Claro, a galinha não canta!
a galinha não canta!?
Não, nunca ouvi.
então!! depois de pôr o ovo
a galinha não canta?!
Tem razão! e estrelado
é o céu que nós é
nesta noite prometido...
e olhe que escalfado
não lhe fica atrás!
a galinha sabe o que faz
e fica feliz!
o galo não sabe nada e você
também não sabe o que diz!
Então vamos à missa da galinha,
só uma perninha?
isso é outro falar!
mas eu prefiro a asinha.
Alberto Pimenta
ZOMBO, edições Saguão, Lisboa, Maio de 2019
19.12.19
RIR, ROER
E se fôssemos rir,
Rir de tudo, tanto,
Que à força de rir
Nos tornássemos pranto,
Pranto colector
Do que em nós sobeja?
No riso, na dor
Que o homem se veja.
Se veja disforme,
Se disforme for.
Um horror enorme?
Há outro maior...
E se não houver,
O horror é nosso.
Põe o dente a roer,
Leva o dente ao osso!
Alexandre O'Neill
POESIAS COMPLETAS, Assírio & Alvim, Lisboa, Maio 2007
Rir de tudo, tanto,
Que à força de rir
Nos tornássemos pranto,
Pranto colector
Do que em nós sobeja?
No riso, na dor
Que o homem se veja.
Se veja disforme,
Se disforme for.
Um horror enorme?
Há outro maior...
E se não houver,
O horror é nosso.
Põe o dente a roer,
Leva o dente ao osso!
Alexandre O'Neill
POESIAS COMPLETAS, Assírio & Alvim, Lisboa, Maio 2007
Subscrever:
Mensagens (Atom)