XLIV
Tudo passa e tudo fica;
mas nossa vida é passar,
passar fazendo caminhos,
uns caminhos sobre o mar.
*
Todo pasa y todo queda,
pero lo nuestro es pasar,
pasar haciendo caminos,
caminos sobre la mar.
António Machado
Antologia Poética, [Campos de Castela], Selecção, tradução, prólogo e notas de José Bento, segunda edição revista e aumentada, Edições Cotovia, Lda., Lisboa, 1999
27.3.20
25.3.20
Ribeira Negra
a Júlio Resende
Ribeira Negra de outrora,
Agora mais negra e nua.
Ainda que o sol lá fora
Possa brilhar, continua
O negrume que carrega
Um enorme pesadelo:
Foi-se embora a cegarrega,
Ribeira Negra de outrora,
Agora mais negra e nua.
Ainda que o sol lá fora
Possa brilhar, continua
O negrume que carrega
Um enorme pesadelo:
Foi-se embora a cegarrega,
Voltasse ela, a contrapelo,
E que pusesse no rio
Os barcos a navegar;
No antigo casario,
Além da roupa a secar,
A fala dos marinheiros
Com as gentes, e também
A de muitos estrangeiros
(Com o Senhor d'Além):
Tornassem ao rio Douro,
À ponte Luís I
- Passagem e miradouro
Para tanto forasteiro.
© Domingos da Mota
E que pusesse no rio
Os barcos a navegar;
No antigo casario,
Além da roupa a secar,
A fala dos marinheiros
Com as gentes, e também
A de muitos estrangeiros
(Com o Senhor d'Além):
Tornassem ao rio Douro,
À ponte Luís I
- Passagem e miradouro
Para tanto forasteiro.
© Domingos da Mota
Subscrever:
Mensagens (Atom)