25.3.20

Ribeira Negra

                   a Júlio Resende


Ribeira Negra de outrora,
Agora mais negra e nua.
Ainda que o sol lá fora
Possa brilhar, continua

O negrume que carrega
Um enorme pesadelo:
Foi-se embora a cegarrega,
Voltasse ela, a contrapelo,

E que pusesse no rio
Os barcos a navegar;
No antigo casario,
Além da roupa a secar,

A fala dos marinheiros
Com as gentes, e também
A de muitos estrangeiros
(Com o Senhor d'Além):

Tornassem ao rio Douro,
À ponte Luís I
- Passagem e miradouro
Para tanto forasteiro.

© Domingos da Mota

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