24.10.22

Tarrafal

De que cor será a morte
no campo da morte lenta?
E a de quem lhe abriu a porta,
e a reabriu em sessenta?

De que cor será a nódoa,
castanha, negra ou azul,
essa nódoa que magoa
e mancha as praias a sul?

E as razões da ditadura
que fizeram da prisão
tantas vezes sepultura
da frontal oposição,

de que cor serão agora,
terão simulado a cor,
ou farão parte da história,
da que branqueia o terror?


© Domingos da Mota

Sem comentários:

Enviar um comentário