Fosse o começo, mas é quase o fim;
e o fim começa quando principia
o lusco-fusco, a meia luz que o dia
deixa medrar até que a noite, enfim,
derrame a escuridão (o sol deserte
para o lado de lá do oceano),
enquanto deste lado sobe o pano
do teatro de sombras que promete
entrar em cena, sendo o palco o ser
que enche de ilusões o seu vazio
levado pela crença, e ao arrepio
da luz que a razão procure ter
sobre os deuses tocados por demónios
que geram impassíveis unicórnios.
Domingos da Mota
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