Morre todas as noites uma águia
que só de minha vida se alimenta
Que mistura de cânhamo e de carne
no seu rosto de carne me desvenda
Morre todas as noites no momento
em que volta a nascer de madrugada
E para lhe fugir ainda é cedo
E para celebrá-la já é tarde
David Mourão-Ferreira
LIRA DE BOLSO, Publicações Dom Quixote, Lisboa, Novembro de 1969
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