(Sorneto)
Não digo do Natal - digo da nata
do tempo que se coalha com o frio
e nos fica branquíssima e exacta
nas mãos que não sabem de que cio
nasceu esta semente; mas que invade
esses tempos relíquidos e pardos
e faz assim que o coração se agrade
de terrenos de pedras e de cardos
por dezembros cobertos. Só então
é que descobre dias de brancura
esta nova pupila, outra visão,
e as cores da terra são feroz loucura
moídas numa só, e feitas pão
com que a vida resiste, e anda, e dura.
Pedro Tamen
Memória Indescritível, Gótica, Lisboa, 2000
Querido Poeta, querido Domingos da Mota!!
ResponderEliminarQue não nos faltem olhares para contemplar o mundo poeticamente. Gracias por tantas vezes me emprestares o teu, viu?
Um Feliz Natal e que 2013 nos traga cores da terra produtiva, cores poesia!
Um abraço fraterno.
Carmen Silvia Presotto - Vidráguas!
www.vidraguas.com.br
Carmen Silvia Presotto,
EliminarAgradeço e retribuo os votos de um Feliz Natal e de um ano de 2013 cheio de poesia, "a salvação", no dizer do poeta, dado que a prosa do dia a dia só nos promete cores bem negras.
Abraço,
DM