3.1.21

ELEGIA



Nunca, como a teu lado, fui de pedra.


E eu que me sonhava nuvem, água,
brisa sobre a folha,
fogo de mil cambiantes labaredas,
apenas soube jazer,
pesar, que é o que sabe fazer a pedra
à volta do pescoço do afogado.


*


ELEGÍA


Nunca, como a tu lado, fui de piedra.


Y yo que me soñaba nube, agua,
aire sobre la hoja,
fuego de mil cambiantes llamaradas,
sólo supe yacer,

pesar, que es lo que sabe hacer la piedra
alrededor del cuello del ahogado.


         En la tierra de en medio, 1972

Rosario Castellanos


Poemas Escolhidos, Tradução, selecção e notas de Jorge Melícias, Prefácio de José Rui Teixeira, Antígona Editores Refractários, Junho 2020

Sem comentários:

Enviar um comentário