E tudo é tão frágil: a pedra, o ferro
os grandes veios do fogo,
tão quebradiço tudo, tão mortal:
as montanhas, os troncos das árvores
que crescem mil anos;
o caminho da água
teimosamente cavado,
e a gramagem do ouro,
o próprio diamante, orgulhoso,
condenado também
a desfazer-se: é uma questão
de tempo, e o tempo tem toda a paciência
do mundo.
Tão frágil tudo: os glaciares
e as cordilheiras, e a lei da gravidade,
e a insistência da lava.
Tudo, até a tua
palavra.
Pedro Eiras
NERVO / 18 colectivo de poesia (Maio-Agosto 2023), Editora: Maria F. Roldão
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