Muitos homens solitários caminham
acompanhados por um vazio.
Com frequência detêm-se numa paragem
escura ou iluminada
e o acompanhante observa,
projectada numa parede,
a sua vida de ente desaparecido.
Habitantes transparentes cruzam
as cidades da nossa memória.
Os que transportam o vazio
dialogam com as imagens sucessivas
que o muro lhes devolve.
Levam, atada com uma corda invisível,
uma ausência.
Francisco Javier Irazoki
ANIMAL ABERTO, Antologia Poética 1977-2021, selecção feita pelo autor, tradução de Ana Catarina M. Martins, edição Medula, Abril de 2023
28.5.23
OS HABITANTES TRANSPARENTES
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