11.6.24

HEUREKA

Nosso dever acordados
ver tempo passar na pele
não cantar dogma aos ouvidos
do primeiro que passa sem ele

Nosso alibi sentir caos
possuir no sangue a senha
afastar de nós o vale
que treme olhando a montanha

Nosso corpo o mato as silvas
ter nos nervos explosão
tocar fartos mesmo quando
não temos flauta nem pão


Fernando Grade


Maria Alberta Menéres, E.M.de Melo e Castro, Antologia da Poesia Portuguesa 1940-1977, 2.º Volume, Moraes Editores, Lisboa 1979

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