Ao curar doenças é preciso usar venenos
uma palavra não quando o sim está na cama.
Pequenas concessões enfraquecem a voz toda
e se um poeta canta esperamos mais um ovo.
Bom para gemadas. Mas há que juntar veneno.
Beba-se a mistura como um álcool que nos queima
e vai matar da cura. O não é como o álcool
em verdade envenenante - o século tresanda!
Basta de alcoólicos. Queremo-nos curados
bons a olhar de novo para a esfinge interrogante.
Havemos de beber outra vez de um vinho puro
nós e as palavras - que elas amam não saber
de sins e de gemadas, de nãos e de venenos.
Carlos Poças Falcão
A NUVEM, Edição: Pedra Formosa, Guimarães, Outubro de 2000
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