Agente que sou vil do desperdício,
funcionário sem rosto e sem vergonha,
pior que rama reles, meretrício,
redundância fatal que nem se sonha
nos piores pesadelos das Finanças,
imagem que o desprezo fez profundo,
como lixo deixado das mudanças
ou esgoto a escorrer de um torvo mundo,
recuso-me a pensar por vossas mentes,
olhais-me e eu sou só indiferença,
e meus actos se fazem mais ausentes
à medida que o ódio em mim pensa.
Este foi o soneto funcionário
que escreveu um poeta panfletário!
Luís Filipe Castro Mendes
A MISERICÓRDIA DOS MERCADOS, Assírio & Alvim, Porto, Janeiro de 2014
Escreveu e escreveu bem!!
ResponderEliminarSem dúvida.
EliminarE valerá bem a pena ler
o livro
onde colhi o poema.