Bebendo o Sol de Corinto
Lendo as ruínas de mármore
Percorrendo vinhedos e mares
Divisando adiante do arpão
Um peixe votivo que se escapa
Encontrei as folhas que o salmo do sol recorda
A terra viva que a paixão rejubila em abrir.
Bebo água, corto frutos,
Faço avançar minha mão pela folhagem do vento
Os limoeiros diluem o pólen de estio
As aves verdes dilaceram meus sonhos
Parto com um olhar
Um grande olhar em que o mundo se recria
Bebo desde o princípio até às dimensões do coração!
Odysseus Elytis
DEZASSEIS POEMAS DE ODYSSEUS ELYTIS, Traduzidos por Mário Cláudio, com um desenho de Rui Aguiar, o oiro do dia, Porto, Janeiro/1980
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