10.12.16

ESFINGE

Olha mais uma vez     Traça de cor
o mapa desse rosto   as suas linhas tortas
tatuadas no vento     À tua espera
o seu meio-sorriso iluminando
corações como o teu
esses olhos translúcidos    a boca
que também tu beijaste e que hoje ainda
floresce no teu sangue    É  outro o mesmo
rosto
refém do tempo e no entanto igual
ao da primeira noite    ao da primeira
esfinge    O seu enigma
está cada vez mais perto    cada vez
mais longe


Fernando Pinto do Amaral

Manual de Cardiologia, Publicações Dom Quixote, Lisboa, Novembro de 2016

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