28.10.20

MOVIMENTO

Viajo para fora do meu corpo, e dentro de mim há continentes
que não conheço. O meu corpo
é um eterno movimento no exterior de si.
Não pergunto: De onde? Ou onde estavas? Pergunto, para
                                                                     [onde vou?
A areia olha-me e transforma-me em areia,
e a água olha-me e irmana-me com ela.

Na verdade, não há nada para obscurecer a não ser a memória.

Adonis


O Arco-Íris do Instante - Antologia Poética, Introdução, selecção e tradução de Nuno Júdice, Publicações Dom Quixote, Outubro de 2016

Sem comentários:

Enviar um comentário