Os Ianques e as suas blindadas paradas
Entoando as suas baladas de alegria
A galope pelo vasto mundo
Louvando o Deus da América.
As sarjetas estão entupidas de mortos
Dos que não puderam alistar-se
Dos outros que se recusam a cantar
Dos que estão a perder a voz
Dos que esqueceram a música.
Os cavaleiros têm chicotes que ferem.
A tua cabeça rola para a areia
A tua cabeça é uma poça no lixo
A tua cabeça é uma nódoa no pó
Os teus olhos apagaram-se e o teu nariz
Fareja apenas o fedor dos mortos
E todo o ar morto está vivo
Com o cheiro do Deus da América.
Janeiro 2003
Harold Pinter
Guerra, Tradução de Pedro Marques, Jorge Silva Melo e Francisco Frazão, edições Quasi
This poem speaks with stark power and haunting imagery, depicting the brutality of a parade of triumph and the tragedy it leaves in its wake. The juxtaposition of celebration and death is jarring, emphasising the violence and desensitisation that often accompanies unchecked power. The image of "the God of America" feels especially poignant, suggesting a critique of nationalistic fervour at the expense of humanity.
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