Talvez seja o momento de.
Mesmo sem esperança. E ele escreve:
nenhum impulso para ti
neste espaço deserto.
Ele perscruta entre as pedras e as sombras.
Nada vê. Ignora. Olha.
Que traços são estes,
qual a origem destas palavras nulas?
Ele escreve. O seu desejo é o desejo
de tornar habitável o deserto.
António Ramos Rosa
A MÃO DE ÁGUA E A MÃO DE FOGO, Antologia Poética, Selecção e Organização de António Ramos Rosa, Posfácio de Maria Irene Ramalho Sousa Santos, «Fora de Texto» Cooperativa Editorial de Coimbra, CRL, Outubro/87
Bom dia: gosei muito deste poema...mas ...vim do "literatura Portuguesa" e me extasiei com o seu texto...
ResponderEliminarExcelente...o poeta que fala das palavras, das sílabas ...do poema...
Uma maravilha.
grata por partilhar connosco.
BShell
Cara BlueShell,
ResponderEliminarObrigado pela visita e pelo comentário.