Já não há maçãs
nem laranjas na fruteira
e o cesto do pão
está irremediavelmente vazio.
Ainda assim
escrevo,
ainda assim,
depois de um dia de trabalho árduo.
Depois de um dia de trabalho árduo
os poemas são de pele e osso
e parecem-se estranhamente
com listas de compras,
pão, laranjas,
maçãs,
coisas escritas à mão,
coisas de que precisamos para viver,
coisas em que pensamos só
quando nos fazem falta.
Luís Filipe Parrado
criatura, N.º 6 . NOVEMBRO . 2011, Organizado pelo Núcleo Autónomo Calíope da Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa
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