13.1.12

O SENÃO

Afia a faca do vento
corta os pulsos ao senão
com o nó do pensamento
desaperta o coração

pois o senão que sufoca
e se adensa como breu
e ameaça com a forca
e põe as garras ao léu

pede a faca no pescoço
pede o fio da navalha
desde a pele até ao osso
(ou o diabo que o valha):

mesmo sendo dura a vida
vale mais do que perdida

© Domingos da Mota


3 comentários:

  1. Muito bom eu passear pela net e encontrar "A Espessura do tempo" SENÃO estaria privada de tão agradável leitura...

    lincença para voltar...

    beijos confessos

    ResponderEliminar
  2. Excelente « Senão».
    «pois o senão que sufoca
    e se adensa como breu
    e ameaça com a forca
    e põe as garras as léu...» Sufoca e de que maneira. Genial.
    Aplauso, poeta.

    ResponderEliminar
  3. afio a faca ao vento
    e ele nem ai me diz
    sendo dura a vida vale
    pelo que dela não fiz

    ResponderEliminar