13.8.14

DOBRADA FRIA

Na carruagem-restaurante tive
a mesma sorte do outro poeta:
serviram-me a viagem
como dobrada fria.

Mas não pude protestar:
foram rasgando folha a folha o livro
de reclamações,
para embrulhar as sandes.

E comi frio.

Ah, que comboio é este,
que comboio, que combate
tão perdido.

A. M. Pires Cabral

QUE COMBOIO É ESTE, Edição Teatro de Vila Real, Dezembro de 2005

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