Retomam nesta casa o solitário
trabalho de mil séculos
Ei-las de novo aqui No seu mistério
cresce o frio silêncio
das vozes de outro tempo Aprisionam
na surdina da noite essa memória
de outros aniversários
em corpos como o teu Se reparares
serás apenas isso
insecto tão incerto como um espectro
um dia vivo mas outrora agora
envolto num sudário
perdido no seu canto Desde sempre
as aranhas
tecem o seu império
esquecido labirinto onde procuram
o centro do universo
Fernando Pinto do Amaral
PALIATIVOS, Língua Morta, Maio de 2012
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