2.7.12

CORVO

Poderás ralhar nevermore
nos umbrais da poesia
cobiçar a capoeira
ao galo a cantar pelo menos
desde as cantigas de amigo:
de ti os vindouros sem penas
farão arroz de cabidela
ou quem sabe torpe gralha,
de corvo corruptela.

De ruínas farás sempre
uma torre habitada,
viela, balcão, taberna assombrada,
inútil protesto
de utilíssimo nada.

Rui Lage

Corvo, Quasi Edições, Outubro de 2008

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