5.8.12

O ÚLTIMO POEMA

Assim eu quereria o meu último poema

Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos in-
                                                                        [tencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais
                                                                            [límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

Manuel Bandeira

ESTRELA DA VIDA INTEIRA (poesias reunidas e poemas traduzidos), 19.ª edição, José Olympio Editora, Rio de Janeiro, 1991

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