Que os rituais podem ser mortíferos, mesmo entre cristãos,
Eis o que nos mostra uma triste nova vinda da África do Sul.
Durante um baptismo num rio da Suazilândia,
Um jovem negro afogou-se. Ainda a oração
Do padre não tinha chegado ao fim, já a corrente o arrastava
Rio abaixo, por entre rochas pontiagudas. Os fiéis
Perderam-no de vista em segundos. A cabeça,
Como um melão, foi levada para o centro, afundando-se depois
Num turbilhão mais forte. Metade cristão,
Metade ainda pagão, desapareceu entre as duas margens,
Nas ondas turvas, até receber agonizante
O sacramento do crocodilo.
Durs Grünbein
Aos Queridos Mortos, Tradução e posfácio de Fernando Matos Oliveira, Angelus Novus, Coimbra, 2003
Obrigada! Não conhecia de todo.
ResponderEliminarFiz uma bela cópia para o samartaime e descobri umas notas que acrescentei.
Obrigada, mais uma vez.
Não tem que agradecer. Já li a cópia e as notas no samartime.
ResponderEliminarDeste poeta também só li o livro Aos Queridos Mortos, na tradução de Fernando Matos Oliveira.(A edição é bilingue, boa para quem domina a língua alemã, o que não é o meu caso).
Outra dica que acaba de dar-me: vou ver se encontro essa edição bilingue que refere. O meu alemão rima fartamente com a falta de paciência que tenho para os alemães!
ResponderEliminarE gostei do seu poema de hoje! Lá vai outro copy paste um destes dias.
poema fascinante. Vou levar :)
ResponderEliminarAnita, grato pela visita e pela divulgação do poema.
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