10.3.15

RELÂMPAGO

Não me orgulho de nada:
O mundo foi severo.
A conta, após contada:
Zero.

Anda à volta de mim
Quem não sabe quem sou.
Eu fui-me sempre assim.
Ou...?

Vejo os outros que passam
Pobres de ser alguém.
Inúteis, ameaçam
Quem?

Um nome vale um ano,
Ou apenas um mês.
Há-de descer o pano
Sem me chegar a vez.

                                          (2004)

António Manuel Couto Viana

RESTOS DE QUASE NADA E OUTRAS POESIAS, Averno, Lisboa, Janeiro 2006

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