largo da estação de San José
vagueava acabrunhado
perto de uma fábrica de tanques
e sentei-me num banco
ao pé da guarita do agulheiro.
Uma flor jazia no feno que jazia
no asfalto da auto-estrada
- a temida flor do feno,
pensei eu. Tinha um caule
negro quebradiço e uma
corola de picos sujos
amarelados - picos longos como
os da coroa de Jesus -, e no centro
um sujo tufo de algodão
como um pincel de barba usado
guardado no meio de coisas velhas
na garage há mais de um ano.
Flor, flor amarela, e
flor da indústria também,
flor forte agreste e feia,
mas flor de qualquer modo,
com a forma da grande rosa
amarela do teu cérebro!
Esta é a que é a flor do Mundo.
(Do volume Howl and other poems)
Allen Ginsberg
UIVO (e outros poemas), Selecção e tradução: José Palla e Carmo, Publicações Dom Quixote, 1973
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