Um dia vamo-nos. Todos,
ainda que haja variações no modo de partir,
a uns sobram-lhes asas
e outros enredam-se nas ervas daninhas
com o rosto colado ao lodo.
Aos que anseiam subir
e beijar as estrelas é conveniente
que saibam olhar o alto
sem se demorarem na idolatria.
Na montanha gelada há sempre lugar
e só o tempo aponta o caminho da neve
para alguns, não há desvios
para outros, todos os caminhos são desvios.
A única coisa que fica é o pó
uma definitiva mão
que tudo anoitece.
Maria João Cantinho
DO ÍNFIMO, Coisas de Ler Edições, Lda., Lisboa, 2016
Muito obrigada, caro Domingos!
ResponderEliminarMaria João Cantinho, quem agradece, sou eu.
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