Para Carlito Azevedo
seta sem forma,
a poesia,
perpassa,
atravessa
a sala,
o quarto,
o inabitável,
revira as gavetas
do armário,
voraz,
veloz,
perfura o in-
visível
e acerta o
íntimo:
dardo sem fins,
a poesia,
ultrapassa
a conversa e
o cerne do silêncio,
perfura a frágil folha
da existência,
às cegas,
salta
do imprevisto,
sobre as sobras
do infinito
e crava-se em
algum sentido:
lança sem freio,
a poesia,
traspassa,
dispersa-se,
sem código de barras
ou marca d'água,
afunda-se
no istmo do que se saiba,
faca afiada, pronta
pra tudo
ou nada,
finca-se
em si.
Adriano Nunes
com os meus agradecimentos, de LARINGES DE GRAFITE, Edição Vidráguas, Porto Alegre, Brasil, primavera de 2012
Caro amigo Domingos,
ResponderEliminarmuitíssimo grato,
Abraço forte,
Adriano Nunes.
Caro Adriano Nunes,
EliminarSou eu quem renova os agradecimentos.
DM