(Para a Celina)
Seguro esta caneta, escrevendo
por varanda de hospital. É bonita,
a caneta, eu é que tenho estado
um pouco mal. Derramei-me por
sangue e tinta preta, reeencontrei
o sol, as borboletas roçaram-me
o seu pólen de veneno, salvou-me
um balão de horas e formol.
Suspenso, o mal que tive foi um mal
civil, não foi um mal de Império,
felizmente. É bonita a caneta
com que escrevo daqui, desta varanda
de hospital. E não é feia a minha
mão. E é pequena. E sente.
Ana Luísa Amaral
Entre dois rios e outras noites, Campo das Letras - Editores, S. A., Porto, Novembro de 2007
Gostei da poesia e coloquei o teu blog no meu
ResponderEliminarhttp://varenkadefatima.blogspot.com
Varenka,
EliminarAgradeço a visita e a amabilidade.